<font color=0093dd>Justa homenagem</font></color>

Contou com a pre­sença de Je­ró­nimo de Sousa a inau­gu­ração, a meio da manhã de sá­bado, do Me­mo­rial a Ca­ra­vela e Cas­quinha, acto a que as­sis­tiram cerca de duas cen­tenas de pes­soas. Vi­va­mente sau­dado à che­gada, en­vol­vido por ma­ni­fes­ta­ções de ca­rinho, o líder co­mu­nista de­dicou uma par­ti­cular atenção aos fa­mi­li­ares dos co­mu­nistas de­sa­pa­re­cidos, com quem con­versou por mo­mentos.

O me­mo­rial partiu da ini­ci­a­tiva de uma co­missão pro­mo­tora in­te­grada por um con­junto de de­mo­cratas, ideia que me­receu o ime­diato aco­lhi­mento quer da Câ­mara Mu­ni­cipal de Mon­temor-o-Novo quer da Junta de Fre­guesia do Es­coural, tendo em conta que este é o ano em que se as­si­nala os 35 anos do as­sas­si­nato de Ca­ra­vela e Cas­quinha e os 40 anos do 25 de Abril.

Du­arte Luz, pre­si­dente da Junta de Fre­guesia de San­tiago do Es­coural, no breve pe­ríodo de in­ter­ven­ções que pre­cedeu o acto inau­gural, com o des­cerrar da placa alu­siva, falou da im­por­tância que a Re­forma Agrária teve para toda a re­gião, su­bli­nhando que no Es­coural re­pre­sentou uma «onda de de­sen­vol­vi­mento sem pre­ce­dentes».

De­pois de uma sau­dação do Se­cre­tário-geral do PCP, que falou também das ex­tra­or­di­ná­rias re­a­li­za­ções da Re­forma Agrária, bem como do exemplo de co­ragem e he­roísmo do pro­le­ta­riado agrí­cola na luta por tra­balho e pão, in­ter­veio Hor­tênsia Me­nino, pre­si­dente da Câ­mara Mu­ni­cipal de Mon­temor-o-Novo. Também ela de­dicou parte da sua in­ter­venção para lem­brar as «no­tá­veis con­quistas» al­can­çadas no seu con­celho e na re­gião, com o «au­mento brutal da área cul­ti­vada e da pro­dução agrí­cola e a cri­ação de mi­lhares de postos de tra­balho, que pra­ti­ca­mente aca­baram com o de­sem­prego por todo o Alen­tejo».

«Com a Re­forma Agrária o la­ti­fúndio, ou­trora aban­do­nado, fer­vi­lhou de vida e muitos dos fi­lhos da terra, que ha­viam par­tido em busca de um tra­balho nos grandes cen­tros ur­banos, vol­taram para também eles to­marem parte no gran­dioso sonho», afirmou a edil, que re­cordou ainda que a Re­forma Agrária re­vo­lu­ci­onou a vida dos pró­prios tra­ba­lha­dores ru­rais, com a ob­tenção de «tra­balho certo», «con­di­ções e re­mu­ne­ra­ções justas», o que per­mitiu a mi­lhares de fa­mí­lias terem fi­nal­mente a «pos­si­bi­li­dade de viver numa ha­bi­tação com con­di­ções dignas, de po­derem mandar os fi­lhos es­tudar e so­bre­tudo de afas­tarem o es­pectro da fome».

A re­sis­tência he­róica dos tra­ba­lha­dores não foi porém su­fi­ci­ente para travar a «força bruta dos opres­sores» e a sua po­lí­tica de des­truição e o re­sul­tado – lem­brou-o ainda Hor­tênsia Me­nino –, foi que com o fim da Re­forma Agrária os campos vol­taram a ficar ao aban­dono, o de­sem­prego voltou, os fi­lhos da terra vol­taram a partir em busca de um fu­turo me­lhor».

Dessa dra­má­tica re­a­li­dade re­co­lheu o re­pórter tes­te­mu­nhos di­rectos, em con­versa com Al­ber­tina Par­reira, 63 anos, Ade­laide Rosa, 55 anos, ambas ope­rá­rias agrí­colas, e Maria Flo­rinda Bugio, 69, na al­tura cos­tu­reira. Todas vi­veram in­ten­sa­mente aquele pe­ríodo, dele guar­dando as me­lhores me­mó­rias. «Havia de tudo», ga­rantem, re­fe­rindo-se à UCP agrí­cola Sal­vador Jo­a­quim do Pomar. Foi um tempo em que «tudo mudou na vida das pes­soas, para me­lhor», em que «havia tra­balho para toda a gente», as­si­nalam, lem­brando com sau­dade as «se­aras de mo­rangos, o azeite, os en­chidos, as duas ma­lhadas de porcos, muitas má­quinas, o talho, a creche...»

«Antes era a fome, de­pois foi far­tura, agora é fome outra vez», la­mentam, não es­con­dendo a re­volta por de novo muita gente estar no de­sem­prego. E tudo, dizem, porque «os campos estão des­pre­zados, a mato, só com gado, com her­dade fe­chadas, só para a caça pri­vada».




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